quinta-feira, 29 de março de 2012

BALADA CÉTICA PARA A POESIA

Pequena estrofe nada esnobe, exemplo do que pode o homem de bom coração empreender as avessas. O espírito que também é carne delineia soberbo o ondulante devaneio do coração. Rasgo o véu das musas, participo do frenesi da pitonisa... Sou como o sol que passeia por todas as terras iluminando-as sem por isso pedir em troca nenhuma pagã oferenda. Somos os homens da era de ferro da história que eu li certa vez num antigo e trabalhoso poema, ERGA ERGUEU-SE DENTRO DE MIM!!! Somos também os admiráveis e notórios homens novos do futuro, rastejamos em labirintos processuais como baratas no úmido bolor conflituoso da human condition; degustamos a primazia do artificial "bem estar" das massas acéfalas... Somos ciber zumbis de corpo e alma e anunciamos o verbo inútil que assim mesmo canta ainda altissonante a grandiloqüência de sua inutilidade, semelhante ao galo das manhãs que anuncia solenemente com seu canto madrugal a aurora cinzenta. É tão somente nas tripas do glutão criador que o acorde é devorado e ruminado em cada instante onde o pulsar é o maestro; eis que, subleva-se então acorde-adormecido que logo é distendido ao diapasão do cérebro vigilante. Oh musas, Oh encantos e mistérios decaídos que ecoam e revelam-se na poesia dita profunda!!! Dizem as más línguas céticas que toda a profundidade e mistérios das musas são delírios superficiais... Mas eis que insurgente intransigente e transgressora a arte teima em teimar.