sábado, 21 de julho de 2012
Realidade comum
Estou cansado dos poemas meus
Meus poemas velhos e cansados
Ânsias enfadonhas transfiguradas em palavras inofensivas
Levando-me ao paroxismo da náusea e do tédio...
A poeira burocrática da práxis cotidiana empesteou meu corpo
Atuando em meu inconsciente
Deliberando sobre minha liberdade juvenil...
Castrado estou nessa normose atrofiadora e letal
Atado a um mundo vulgar e mesquinho
Mas eis que a distinção anárquica dos instintos sadios que me governam
Me pega pela mão soerguendo-me para a contramão
Da vanguarda do sonho narcótico surreal
E assim na altiva insurreição-afirmação de si
Caminho entre os lázaros-moribundos do nosso abastado e saciado tempo
Que orgulhosamente ostentam suas muletas
E as impunham orgulhosamente como se fossem espadas
Na glória da guerra pelejada
Eles são os negadores apascentados de realidade comum
Aqueles que da boa luta
A transformaram em utilitário e domesticado bem estar na fadiga de si.
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