metamorfosepolifonica
domingo, 9 de setembro de 2012
MOSAICO PANTA REI
Abraça-me pelos tendões a finitude
Os tentáculos do tempo-Cthulhu
Sufocando minha espinha dorsal
No recôncavo do meu ócio hedonista...
Imagens obscuras de Caravaggio-medusa
Invadem o clímax da psicose exorcista
Do cinema punk do it your self
A cerveja budweiser grita reclamando lábios
No churrasco antropofágico mal passado
Oferecido por Bacon
Os bigodes ensandecidos de Nit e dali
Travando uma batalha fantástico-sulreal
Escondendo recordações mortas
De Kafka açoitado por Dostoievski
Sonhos atordoados no ópio metafísico do
The marriege os heaven and Hell
Apadrinhado por Blake
Pirotecnias heréticas e calientes de Goya
Desprendem-se do arame farpado
Que delimita o labirinto psíquico de Pessoa
Que ajoelhado cata pedras no chão
Das últimas-primeiras pegadas de Heráclito de Éfeso
Pazuzu acenando pragas de consumo teleguiado
Vejo Chaplin-chaves fugindo das páginas de Homero
Trazendo óculos mágicos para os ciclopes míopes da alienação moderna.
sábado, 21 de julho de 2012
Realidade comum
Estou cansado dos poemas meus
Meus poemas velhos e cansados
Ânsias enfadonhas transfiguradas em palavras inofensivas
Levando-me ao paroxismo da náusea e do tédio...
A poeira burocrática da práxis cotidiana empesteou meu corpo
Atuando em meu inconsciente
Deliberando sobre minha liberdade juvenil...
Castrado estou nessa normose atrofiadora e letal
Atado a um mundo vulgar e mesquinho
Mas eis que a distinção anárquica dos instintos sadios que me governam
Me pega pela mão soerguendo-me para a contramão
Da vanguarda do sonho narcótico surreal
E assim na altiva insurreição-afirmação de si
Caminho entre os lázaros-moribundos do nosso abastado e saciado tempo
Que orgulhosamente ostentam suas muletas
E as impunham orgulhosamente como se fossem espadas
Na glória da guerra pelejada
Eles são os negadores apascentados de realidade comum
Aqueles que da boa luta
A transformaram em utilitário e domesticado bem estar na fadiga de si.
quinta-feira, 29 de março de 2012
BALADA CÉTICA PARA A POESIA
Pequena estrofe nada esnobe, exemplo do que pode o homem de bom coração empreender as avessas. O espírito que também é carne delineia soberbo o ondulante devaneio do coração. Rasgo o véu das musas, participo do frenesi da pitonisa... Sou como o sol que passeia por todas as terras iluminando-as sem por isso pedir em troca nenhuma pagã oferenda. Somos os homens da era de ferro da história que eu li certa vez num antigo e trabalhoso poema, ERGA ERGUEU-SE DENTRO DE MIM!!! Somos também os admiráveis e notórios homens novos do futuro, rastejamos em labirintos processuais como baratas no úmido bolor conflituoso da human condition; degustamos a primazia do artificial "bem estar" das massas acéfalas... Somos ciber zumbis de corpo e alma e anunciamos o verbo inútil que assim mesmo canta ainda altissonante a grandiloqüência de sua inutilidade, semelhante ao galo das manhãs que anuncia solenemente com seu canto madrugal a aurora cinzenta. É tão somente nas tripas do glutão criador que o acorde é devorado e ruminado em cada instante onde o pulsar é o maestro; eis que, subleva-se então acorde-adormecido que logo é distendido ao diapasão do cérebro vigilante. Oh musas, Oh encantos e mistérios decaídos que ecoam e revelam-se na poesia dita profunda!!! Dizem as más línguas céticas que toda a profundidade e mistérios das musas são delírios superficiais... Mas eis que insurgente intransigente e transgressora a arte teima em teimar.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
SANCTUM POETICUM
“Eu direi as palavras mais terríveis esta noite... este é o meu estranho emprego este mês”
(Roberto Piva)
Estive muito tempo dentro de um buraco
E agora que o buraco esta dentro de mim
Posso escavar-me sempiternamente ao meu bel prazer
Nesse determinar-se ad infinitum...
Tive um êxtase dionisíaco um delírio profético
Ao qual eu batizei de tanatologia para mortos-vivos
Um delírio epifânico aflorou-me as portas da percepção
Dando-me acesso a um arcanum revelador
Ao qual vos participo agora irmãos...
Fui eu quem matou a poesia para que ela fosse crucificada
Canonizada santificada entronada e adorada novamente
Tornalá-ei dogma e em seu nome erguerão altares
A louvarão em êxtase e com fremir e em júbilo verterão lágrimas de emoção
Em nome da veneranda santa poesia
Regozigem-se ovelhas do rebanho poético da salvação
Prostem-se perante a mater nostra intercessora dos deuses
Tragam suas humildes oferendas
Ofereçam em holocausto seus filhos inocentes e suas próprias vontades
Para a gloriosa expiação de vossas mediocridades
Sacrifiquem jovens virgens a poesia reclama por sangue puro
O cabaço deve ser deflorado ad majorem gloriam sanctus poeticum
Aproximem-se todos em ecumênica adoração e reverência
Venham lavar seus cus hipócritas com o vinho da oblação
E da purificação através da desmesura da libido corporis
No desabrochar vertiginoso da arte poética.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
A CONSCIÊNCIA HIPERTROFIADA
Dorme no pesadelo a civilização
Animada por drogas e outras panacéias metafísicas artificiais
Forjados na mídia para o controle das massas...
...Catapultas sublevam meu ser
Eleva-se ele (o meu ser)
Ao paroxismo de um conceito metafísico
Eu, andarilho em tédio
Divago por estas suntuosas florestas de concreto inanimado...
Ora sentido-me grande
Mais das vezes sentido-me inútil e vil
Niilismo passivo e ativo
Atravessam-me feito flexas
Pelo olho do furacão que desce garganta a dentro
Me transformando num monstro de inércia...
Todos os delírios e contradições
Passeiam-me sempiternas e insondáveis eras...
Como o palhaço de si mesmo, é o outro que ri
Riso convulsivo, sarcástico e sádico como são todos os risos...
A megalomania esta para os conceitos
Como a vileza para as ações.
Nós, os criteriosos senhores feudais da ciência
Agrimensores rigorosos da verdade
Em todo o esplendor egoísta e solipicista
Que exige nossa arte
Orgulhosos de si e indiferente como o solista
Da grandiloquente sinfonia em seu majestoso ocaso...
A tarde cai regurgitando luzes cinzas
Numa profusão de tédio panorâmico ao pôr do sol
a noite desprende-se do firmamento
Tomba sobre o globo
Onde dorme no pesadelo a civilização
Hipocondríaca e narcisista
Com sua exagerada subjetividade de introvisão unilateral.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
AO CAMARADA TEGUINHA
AS VEZES A HUMANIDADE SE ATORMENTA COM MEU TORMENTO
È QUE O TORPOR COMUNICADO EM CALADOS GESTOS
SEM QUERER GANHA ARES E VALOR DE UNIVERSALIDADE
O PECADO ME ENVOLVE E EU DIGO SIN AO PECADO
MANTO QUE ADORNA MEU EGO E MINHA CARNE ICONOCLASTA
E EIS QUE QUIETO EM ENTREGO AOS AFETOS
NO FETO IMANENTE DE SPINOZA.
È QUE O TORPOR COMUNICADO EM CALADOS GESTOS
SEM QUERER GANHA ARES E VALOR DE UNIVERSALIDADE
O PECADO ME ENVOLVE E EU DIGO SIN AO PECADO
MANTO QUE ADORNA MEU EGO E MINHA CARNE ICONOCLASTA
E EIS QUE QUIETO EM ENTREGO AOS AFETOS
NO FETO IMANENTE DE SPINOZA.
TRIBUTO CARNAL PARA EROS
Eu tenho amores virtuais e triviais
Em zigue-zague no meu inferno astral
Amores de outros carnavais
Onde as cinzas se materializam
Na fênix das carnais reminiscências
É com veneno letal que brindo aos amores
Que assim como as dores perpassam-me
Como fenômenos na sensação
Me confundindo e me consumindo
Sou suscetível aos vícios
E como o amor é o maior de todos
O mais líquido e etílico e de todos o mais selvagem
Em que lívido eu me embriago
Numa pepétua e sempiterna celebração
Dionisíaca celebração em louvor a eros.
Em zigue-zague no meu inferno astral
Amores de outros carnavais
Onde as cinzas se materializam
Na fênix das carnais reminiscências
É com veneno letal que brindo aos amores
Que assim como as dores perpassam-me
Como fenômenos na sensação
Me confundindo e me consumindo
Sou suscetível aos vícios
E como o amor é o maior de todos
O mais líquido e etílico e de todos o mais selvagem
Em que lívido eu me embriago
Numa pepétua e sempiterna celebração
Dionisíaca celebração em louvor a eros.
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