terça-feira, 21 de junho de 2011

POEMA VERTIGEM INAUDITO PIVA

- POEMA VERTIGEM INAUDITO PIVA -

“Foi primeiro um estudo. Escrevia silêncios, noites, anotava o
indizível. Fixava vertigens.”
(Rimbaud)

Sete e vinte a noite me comia por dentro
Feito um câncer de odor vertigem
Um calabouço Francis Bacon de víboras peçonhentas
Do meu tédio prenhe de delírios
Me espionava na contramão no corredor da morte epicurista
Meus sentidos desgarrando-se do meu corpo
A procura de uma alma palpável
Para perpetuar minha esperança pastoril
Foi numa noite assim que o noctívago poeta
Insone antropófago de sonambulismos metafóricos
E assombrações urbanas
Descobriu o poeta inaudito dionisius
Dos meus sonhos enclausurados no non sense
Da epifania poética underground
Adormecido nas minhas profundezas
Inaudito Piva pimenta na minha úlcera
Hemorróidas no cu burocrático dos tímidos hipócritas
Inaudito Piva fora da lei
O teu ofício sempre foi a transgressão
Arte de libertação escafandro no mar tenebroso
Mar tenebroso agindo e pervertendo o incauto escafandro
De nossas íntimas introvisões da natureza oculta dos cultos pagãos
Grande xamã do oculto e do místico desdobrar incerto do verso
Hecatombe de palavras vertigens
Em espiral vórtex harmonizando em zigue-zague
O esplendoroso caos da criação
Cataclismo multiforme de sensações
Nuances sonâmbulas dos infinitos espaços interiores
De todos os odores sabores e dês-sabores que adornam a alma do poeta
Incerta alma assecla do ante ascetismo
A multidão é nossa matéria-prima
O nosso barro nobre é a humanidade oculta de cada um.

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