terça-feira, 21 de junho de 2011

VOZES

- VOZES -
(Esquizofrenia Poética)

O delírio transcende o equilíbrio
Permanece ainda em mim ébria loucura
Em meu passeio subjetivo diário
Onde a hybris expande toda uma ânsia e voluptuosidade
De criador-criatura
Perco-me em ruas de veludo e arame farpado
No meu passado equidistante entro o tédio e a melancolia
Medeia uma espessura menor que a lâmina fria
Dos olhos moribundos e severos da morte
Ebulições de aromas sonoros inundam minha alma de insanidade
Cacofonias cerebrais de imagens-conceitos-palavras
Como as epopeias e teogonias dos antigos aedos gregos
Habita uma sem número de torres de Babel em mim
E em uníssono a vos do caos intensifica
Os decibéis desse vórtex sonoro
Ecoam múltiplas e incompreensíveis línguas
Formando um torvelinho dissonante de gestos miméticos
Transmutando essa sinfonia horrenda em versos
Em meu peito mora uma ânsia
Maior que a fome da morte
Maior que escuridão insondável e imperscrutável
Da vontade de Deus.

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